Afinal, Nem Todo o Papel é Reciclável

O Natal está aí à porta e embora ainda não esteja com espírito para compras nem criatividade para ideias, fui pesquisar sugestões para embrulhos mais sustentáveis. E o que acabei por descobrir é que quase todo o papel não é reciclável. Andei anos a fazer separação de papel e descobri agora que muito dele vai parar ao lixo. Em especial, nesta altura do Natal.

Ora vejamos:

  • A maioria dos embrulhos que as lojas usam são de papel plastificado
  • O papel de embrulho bonito, brilhante, cheio de desenhos natalícios: Plastificado
  • Fita cola: Plástico
  • Etiquetas adesivas: Mais plástico

Fiquei mesmo impressionada com isto. E se eu que me considero alguém atenta a estas coisas não sabia, acredito que a maioria das pessoas não faz a menor ideia. Não entendo porque é que isto não é mais divulgado, em especial, agora.

Mas agora a grande questão é, vou embrulhar os presentes com o quê? Pois então é recomendado o uso de jornais, folhetos, caixas de encomendas e o castanhinho papel Kraft (também chamado de papel reciclado). Não acho muito dramático. O grande desafio é não usar fita cola. É que mesmo com tecido, cordel e muita paciência, vai ser bonito manter o embrulho decente até à hora de oferecer.

Mas o desafio está lançado! Este ano (e nos próximos) é garantir que o papel gasto é 100% reciclado. Se vai ficar bonito já é outra conversa.

35 maneiras de fazer embrulhos de presente com papel Kraft | CASA.COM.BR


Inspiração: embrulhos de presentes de Natal com papel craft - A Melhor  Escolha


 Embrulho de presente kraft | Como decorar mesas


Um Presente do COVID-19

No dia 22 de Abril, a minha mãe liga-me a dizer que tinha nascido um gatinho no meio do passeio, deixado ao abandono e que o meu pai até o tinha ido apanhar porque pensava que estava morto, mas ele ainda mexia e acabou por lhe cortar o cordão umbilical ali mesmo e deitou-o numa manta, na tentativa de a despassarada da mãe regressar. Eu não quis dar muita atenção à coisa, estes episódios acontecem muito numa zona com tantos gatos, mas quatro horas depois, o bicho continuava lá e eu não fui capaz de o deixar morrer ali. Fui buscá-lo, fui ao veterinário comprar leite em pó e sem esperança alguma, comecei a aventura de fazer sobreviver aquele ser tão pequenino com apenas 50 gramas.

Substituir a mãe gata é difícil e por muita dedicação, conhecimento e boa vontade, nunca estamos à altura. Fui muitas vezes parar ao veterinário por não conseguir que ele fizesse cócó e algumas vezes, saí de lá a chorar por achar que "era desta". Mas este bicho mostrou ser forte e quando atingiu um mês de idade eu soube que o perigo tinha passado e que a familia tinha oficialmente aumentado.

No primeiro mês de vida, as necessidades de um gato são as mesmas que um bébé humano. Temos que alimentar de 3 em 3 horas (às vezes duas), massajar para estimular que ele faça xixi e cócó e claro, uma cama sempre quente (eu tinha um saco de água quente elétrico do chinês, que foi o que me valeu). Foi dificil concentrar-me no trabalho já que o meu horário girava muito à volta das horas de comida dele: 2h, 5h, 8h, 11h, 14h, 17h, 20h, 23h. E claro que em todas estas paragens, eu levava 1h a tratar dele, o que faz com que as minhas horas de sono fossem muito reduzidas. Rapidamente, o cansaço era o prato forte do dia.

Quando atingiu um mês de idade, o desafio passou a ser outro. Largar o leite, iniciar nos patês e ensinar a ir ao caixote da areia. Estão a ver os cenários de horror quando se começa a dar sopas às criançinhas? Pois que é igual. Uma javardeira pegada, a começar nele e a acabar na mesa, sem esquecer, euzinha. Ainda por cima, o patê tem um cheiro mega intenso, a casa inteira fica a cheirar àquilo, um horror. Felizmente, já estamos melhor nessa parte e resta-nos a parte do caixote. O sacana faz xixi e cócó em qualquer lado, desde que não seja no sítio certo. Por isso, depois de lhe dar de comer, não o posso perder de vista até ele decidir fazer uma necessidade qualquer e eu agarrar nele e metê-lo na caixa. É tão divertido...

Mas pronto, tenho esperança que quando chegar aos dois meses, este drama acabe e comece tudo a ser mais simples (ou não, já estou por tudo).

Ficam aqui umas fotos bem fofinhas do meu pirralho chamado Wally.


 





Ajudar

Quando a pandemia se instalou nas nossas vidas e fomos todos recambiados para casa, não me ocorreu que isso fosse ter impacto nos animais. Foi quando apareceram as primeiras notícias de animais infetados com o COVID-19 - pouco sólidas, mas hoje em dia, isso é irrelevante - é que me preocupei. A facilidade com que as pessoas renegam os animais que trazem por casa é assustadora. Felizmente, não surgiram muitas notícias para alimentar este tema e embora existam números de maior taxa de abandono - porque há sempre pessoas más - tranquilizei-me.

Depois vieram as notícias dos impactos desta pandemia na economia no país e do mundo. A minha falta de visão levou-me a acreditar que a maioria das empresas se conseguia adaptar, com menos lucros, eventualmente, mas com um pouco de criatividade, não ia ser tão mau assim. A meu ver, tirando o turismo e a estética, que não têm adaptação possível, o resto era possível manter. Fui muito inocente neste meu julgamento e só agora, com os pedidos de ajuda que vão aparecendo, é que dei conta que há mais uma cadeia afetada... as instituições que ajudam animais, seja na sua conservação, seja contra o abandono. Todas, grandes e pequenas.

O grande choque nacional foi o pedido de ajuda do Badoca Park. De portas fechadas e sem previsão de abertura, não têm capacidade financeira para manter as condições médicas e alimentares que todos aqueles animais precisam. Neste momento, precisam de dinheiro ou alimentação para os animais. Todas as informações sobre como ajudar aqui e aqui.

A Amore é outra, mas de pequenas dimensões. Trata-se de um abrigo para animais, sem distinção de espécie, que por um qualquer motivo, foram resgatados e têm no abrigo uma vida feliz. A Amore pede apenas 1€ por mês, mas não diz que não a transferências mais simpáticas. Todas as informações sobre como ajudar aqui e aqui.

Com o tempo devem surgir mais - provavelmente já há e eu é que não sei - porque a previsão das coisas melhorarem é longinqua e tal como nós, os animais precisam de se alimentar todos os dias. 

Gostava muito que para além de mim, mais pessoas fizessem um donativo. Eles não têm culpa, não percebem o que se passa e infelizmente, sofrem sempre com as consequências.


A Moda Dos Cabazes

Nunca se viu tanta publicidade a empresas de entregas de cabazes de fruta e legumes como agora. Eu percebo, claro. Os produtores têm que vender e a malta deve evitar ao máximo sair de casa. E se pensarmos em famílias numerosas, onde a comida se gasta num instante, poder ter legumes e fruta fresca sem sair de casa, acho mesmo que vale a pena.

Aquilo que me faz confusão, é o preço. Na semana passada estive a fazer um valente estudo sobre todas e mais algumas empresas com este serviço e a conclusão a que cheguei é que é tudo muito caro. Nalguns casos, acho mesmo que chega a ser o dobro do custo normal. E ainda cobram a taxa de entrega. 

Depois, reparei também que os cabazes têm quase todos nos mesmos produtos. É verdade que se baseiam na fruta da época, mas são muito poucos os que incluem morangos, frutos vermelhos, ervas aromáticas ou pimentos. São igualmente da época, cultivam-se cá e são adorados por toda a gente.

Acabei por fazer uma encomenda do cabaz base da Vitacress. De todos os que vi, o valor dos produtos corresponde ao valor do cabaz e ainda entregam gratuitamente em 48h. Para não falar da qualidade dos produtos, da produção ser nacional e especialmente agora, de oferecerem refeições aos profissionais de saúde, por cada cabaz vendido. Sugiro que dêm uma vista de olhos no site e experimentem. Tenho a certeza que vão gostar.


A minha motivação por detrás disto, era a saudade de comer uma salada. Como só vou uma vez por semana ao supermercado, nunca trago um pacote de salada sobre o risco de a deixar estragar. Mas hoje vou matar essa saudade!

E Essa Quarentena, Hum?

Já vamos com um mês disto e continuamos todos vivos e mentalmente estáveis. Somos muito mais fortes do que pensamos, é o que é.

Por aqui trabalha-se, cada um na sua ponta da casa, o mais afastados possível. Encontramo-nos para o almoço e jantar. É este o segredo para a nossa relação. Aproveitem a dica!

E é mesmo por causa do almoço e do jantar que me veio o seguinte pensamento:
Mas quantas vezes que eu já tirei a louça da máquina e arrumei? Chiça!

A resposta é "BUÉS DE VEZES"! É que são tantas que tenho a certeza que já conseguia fazer isso de olhos fechados! Já conheço de cor todos os cacos que tenho em casa, o sítio de cada puxador dos armários e a ordem porque as coisas estão arrumadas. É que dia sim, dia não, lá vou eu arrumar a louça.

E o mais giro nisto é que somos dois gatos pingados nesta casa! DOIS! Eu bem sei que sempre que o homem faz o almoço, suja 5 pratos, 2 frigideiras, 4 taças, 1 tábua, 3 facas e 2 colheres de pau, mas mesmo assim, cum caraças.

Já estou a imaginar, no final desta quarentena, a malta a perguntar qual é a primeira coisa que vão fazer, tudo a dar respostas bonitas sobre viajar, comer um gelado numa esplanada, ir à praia... e eu a dizer "estou muito feliz vou deixar de arrumar a louça"... 

2ª Semana De Trabalho Remoto

Estou cansada.
Enganei-me quando escrevi a semana passada a dizer que chegava ao final do dia com energia. Hoje eram 13h e já me doía a cabeça.
Trabalho mais em casa num dia, do que dois ou três no escritório.
Hoje almocei em 15min.
Abro o barraco por volta das 8.30h e fecho-o nunca antes das 18.30h. Nesse período, as pausas são para encher o copo com água e ir esvaziar a bexiga (o que não deixa de ter graça).
Tenho as unhas e as sobrancelhas para arranjar.
Daqui a 1h vou ter uma reunião super importante, estou mega nervosa e cansada.
Estou farta de receber videos, links e merdas com ideias de coisas para fazer em casa. Como se eu tivesse tempo pa isso.
Só quero que chegue o fim de semana depressa.

Estar Em Casa Não Tem De Ser Mau

Até parece brincadeira que o meu último post fosse sobre ficar em casa. Há dois meses atrás, quando o escrevi, estava longe de saber que um vírus ia por toda a gente de quarentena. 

O COVID começou na China e rapidamente se alastrou para o mundo. Parece fácil de adivinhar, já que quase tudo é "Made in China" (piada fácil). E Portugal estava muito aborrecido porque todos os dias era a mesma coisa, zero casos no país. Não faltavam memes por essa internet fora a gozar e a dizer que até na desgraça, nós éramos os últimos. Até que ele chegou, devagarinho, um caso aqui, dois ali. E a malta estava toda contente, porque finalmente, mudavam as notícias e antevia-se desgraça da grossa. Mas o que começou devagar, avançou depressa e em pouco tempo, começou a pedir-se que as pessoas ficassem em casa, a trabalhar ou não, dependia do emprego e das respetivas empresas. A malta foi para a praia. Estava bom tempo, o Agosto estava longe, fazia lá algum sentido ficar em casa. Eu também queria, mas felizmente, tenho dois palmos de testa e sei que nem tudo o que se quer, se tem. 

As recomendações passaram a ser levadas a sério e há menos de uma semana, meio país foi para casa. Não sem antes, claro, correram para tudo o era supermercado, enchendo carrinhos e esvaziando prateleiras. Na minha visão negativa do ser humano, tudo o que se baseia no bom senso das pessoas, está condenado ao fracasso. Mas isto sou eu a falar.

Valha-nos o sentido de humor e a possibilidade de brincar com a situação, principalmente, com os pais de criançinhas pequenas, que, por estes dias, já devem a correr com os putos ao estalo.

Mas se excluirmos os alarmistas, os chicos-espertos e os idiotas que lançam notícias falsas ou tentam encher os bolsos com a situação, eu até acho que a malta está a levar isto a sério mas de ânimo leve e dou por mim, espantadíssima, com o comportamento correto das pessoas que ficam à porta das farmácias e mercearias, pacificamente, à espera da sua vez. Nos últimos cinco dias, saí duas vezes para fazer compras. É bastante, mas não tinha stock em casa para aguentar duas pessoas 24h por dia. Tirando a minha ida ao Continente que estava cheio de pessoas com pouco bom senso, tudo o resto tem sido pacífico e exemplar. Mesmo quando implica ficar de pé, na rua, mais de 30 minutos.

Eu estou a trabalhar de casa e estou muito feliz. Mantenho a rotina de acordar cedo e "chegar cedo ao escritório" (improvisado na cozinha). A manhã passa-se a trabalhar, o homem trata do almoço, eu limpo a javardeira que fica, à tarde trabalha-se mais um pouco e ao final do dia, antes de preparar o jantar, ainda me sobra energia para fazer alguma gestão da casa. Pode acontecer que daqui a umas semanas, eu venha aqui soltar palavrões e dizer mal disto tudo, mas para já, estou nas sete quintas. Temos que tirar proveito das coisas boas que se podem fazer com este extra de tempo que ganhamos por estar sempre em casa.

A minha sugestão, para além dos cuidados básicos que todos sabemos, é: sejam pacientes, vejam o lado bom da situação e aproveitem para fazer coisas diferentes. Acredito que quando isto passar e tivermos que regressar aos nossos escritórios, vamos todos desejar ter podia ficar mais um bocadinho em casa.